• #1 1 pt(s)

    Lépida e leve

    Língua do meu amor veloso e doce,

    que eu convença de que sou frase,

    que me contornas, que me vestes quase,

    como se o corpo meu de ti vindo me fosse.

    Língua que me cativa, que me enlaces ou

    surtos de avenida estranha,

    em linhas longas de invisíveis teias,

    de que és, há tanto, habilidosa aranha ...

    [...]

    Amo-te como sugestões gloriosas e funestas,

    amo-te ... como todas as mulheres

    amam, língua-lama, língua-resplendor,

    carne-som-que-ideia-empresta-

    palavras-e-frases-mudas, que profere

    nos silêncios de Amor! ...

    MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século . Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento).

    A poesia de Gilka Machado identifica-se como concepções artísticas simbolistas. Entretanto, o texto selecionado incorpora referências temáticas e formais modernistas, já que, nele, uma poeta:

  • #2 1 pt(s)

    Estrada

    Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,

    Interessa mais que uma avenida urbana.

    Nas cidades todas as pessoas se parecem.

    Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.

    Aqui, não: sente-se bem que cada um traz sua alma.

    Cada criatura é única.

    Até os cães.

    Estes cães da raça parecem homens de negócios:

    Andam sempre preocupado.

    E quanta gente vem e vai.

    E tudo tem aquele caráter impressionante que faz meditar:

    Enterro pé ou carrocinha de leite puxada por um

    corpo manhoso.

    Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz

    dos símbolos,

    Que a vida passa! Que a vida passa!

    E que a mocidade vai acabar.

    BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto . Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.

    A letra de Manuel Bandeira é exibida na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema "Estrada", o lirismo não apresenta contraste entre o campo e a cidade indica para

  • #3 1 pt(s)

    Com relação à formação e atuação profissional do escritor Monteiro Lobato, é possível afirmar que:

  • #4 1 pt(s)

    Leia com atenção o seguinte texto:

    Como uma cascavel que se enroscava,

    A cidade dos lázaros dormia...

    Somente, na metrópole vazia,

    Minha cabeça autônoma pensava!

    Mordia-me a obsessão má de que havia,

    Sob os meus pés, na terra onde eu pisava,

    Um fígado doente que sangrava

    E uma garganta de órfã que gemia!

    Tentava compreender com as conceptivas

    Funções do encéfalo as substâncias vivas

    Que nem Spencer, nem Haeckel compreenderam...

    E via em mim, coberto de desgraças,

    O resultado de bilhões de raças

    Que há muitos anos desapareceram!

    Augusto dos Anjos

    Assinale a alternativa incorreta:

  • #5 1 pt(s)

    Pré-modernismo não é movimento literário.

  • #6 1 pt(s)

    O mulato

    Ana Rosa cresceu; aprender a cor a gramática de Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentos ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha uma intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas e uma garganta de contralto que gosta de ouvir.

    Uma única palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: "Mulato". E crescia, crescia, transformava-se em nuvem tenebrosa, que oculta todo o seu passado. Ideia parasita, que estranulava todas as outras idéias.

    Mulato!

    Esta é a única palavra que explica -a agora todos os mesquinhos escritos, que a sociedade do Maranhão usa para ele. Explicava tudo: uma frieza de certas famílias a quem visitara; como reticências dos que os seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutem questões de raça e sangue.

    AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).

    O texto de Aluísio Azevedo é representativo do naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

  • #7 1 pt(s)

    “Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina – achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrıes amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo.

    LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.

    No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caranguejando” e “pequeninando e não mordendo” criam, principalmente, efeitos de

  • #8 1 pt(s)

    Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação.

  • #9 1 pt(s)

    A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. A manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial.

  • #10 1 pt(s)

    “As ondas amarguradas

    Encostam a cabeça nas pedras do cais.

    Até as ondas possuem

    Uma pedra para descansar a cabeça.

    Eu na verdade possuo

    Todas as pedras que há no mundo,

    Mas não descanso”.

    (Murilo Mendes)

    A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é hipérbole.

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Quiz criado por vanessa341 em 13/07/2020 e atualizado em 29/07/2020. Esse quiz foi resolvido 152 vezes.
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