No caminho, com Maiakovski (fragmento)
Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer mais nada.
Eduardo Alves da Costa. In Salamargo. São Paulo, Massao Ohno & M. Lydia Pires e Albuquerque,1982.
Observe as palavras destacadas do poema acima, "eles se aproximam" e "não se escondem", ocorre a próclise e em "rouba-nos" e "arranca-nos" ocorre a ênclise