Mayombe - I

A guerra de libertação de Angola permeia toda a motivação dos personagens e do autor em si, visto que Pepetela era membro ativo do MPLA, evidenciando o componente de registro histórico presente no texto. A luta pela independência oferece o ingrediente necessário à unificação de povos distintos culturalmente, em prol de um objetivo compartilhado por todos. Porém, a característica definidora da obra é a revelação das tensões étnicas já existentes à época da guerrilha, que viriam a desencadear a posterior guerra civil no país.

O texto é narrado em 1º pessoa pelos personagens.

O romance é marcado pela polifonia, ou seja, as diversas vozes de seus personagens. O tempo da narrativa é cronológico, donde as ações apresentam uma linearidade.

O autor do livro ressalta a vida dos guerrilheiros, enfatizando as diferenças e a amizade entre as tribos.

Ondina é a personagem que não tem voz na narrativa de Pepetela, o que reflete a crítica para a desigualdade de gênero na luta instaurada em Angola por libertação e justiça.

Ao retratar a luta de tribos em busca da libertação de seu país, Mayombe pode ser comparado ao romance indianista Iracema, de José de Alencar. Ambas apresentam conflitos entre tribos e a tentativa de se isolar do colonialismo português.

Mayombe não se passa de uma ficção criada pelo autor Pepetela.

O livro é dividido em muitos capítulos relativamente longos. No início da narrativa há a apresentação do pequeno grupo de guerrilheiros, formado por 6 membros, instalado no meio da floresta bem localizada e Mayombe.